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Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca | 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes

(Divulgação)

 

Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca | 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Por Giu Nascimento

 

Filme com linguagem híbrida fez sua pré-estreia na primeira sessão infantil da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2024.

 

Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca, filme com direção de Eduardo Perdido, Tiago MAL e Diego M. Doimo e com produção da Rocambole Produções, foi o primeiro longa a ser exibido na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, inaugurando também a Mostrinha — programação de cinema infantil do evento.

 

O longa inicia em live-action e, alguns minutos depois, são apresentados os protagonistas da história: a traça Teca e seu “cachorro” Tuti (que, na realidade, é um ácaro). Com isso, o hibridismo de linguagens entra em ação, pois os personagens não-humanos são inteiramente animados com a utilização de stop-motion. Mais a frente, ainda há um momento do filme em que a protagonista adentra o universo dos livros, em que o filme se transforma em uma animação 2D cercada de personagens feitos de recorte animados por meio do stop-motion. Assim, a obra adquire uma estética única e marcante, com a direção de arte de Mateus Rios e a fotografia de Tiago MAL e Carlos Ebert.

 

O roteiro do filme, de Carolina Ziskind, Diego M. Doimo, Eduardo Perdido e Fernando Miller, centra sua  narrativa em Teca, que possui primeiro um medo pelo desconhecido e depois adquire uma fascinação por livros, não querendo mais devorá-los como as outras traças. De maneira direta, o longa trata do amadurecimento, do desejo de crescer e sobre o processo de questionar tradições.

 

Entretanto, há muitos momentos em que o filme se mostra excessivamente didático, isto é, os personagens explicam o que estão fazendo e o que está acontecendo — por exemplo, em certo momento, a protagonista entra em uma passagem enquanto anuncia exatamente o que está fazendo. Muitos possuem a falsa impressão de que esses diálogos expositivos são necessários em filmes para o público infantil, o que não é verdade: é preciso parar de assumir que crianças não serão capazes de entender o que lhes é mostrado.

 

Vale ressaltar, ainda, que este filme é voltado para crianças pequenas (a faixa etária dos 2 aos 6 anos), e cumpre o seu propósito de trazer uma narrativa que entretém, seja pelas músicas originais ou pela animação vibrante, retratando problemáticas presentes nos cotidianos de seu público.

 

Mesmo sendo um filme que teria se beneficiado mais de uma janela televisiva, com uma trilha divertida e um final, embora previsível para o público mais velho, emocionante, Teca e Tuti: uma noite na biblioteca tem o potencial de divertir toda a família.

 

 


Biografia:

Tem 25 anos, é escritora, roteirista e produtora. Formou-se em Cinema na FAAP e especializou-se em roteiro na UCLA Extension. Autora de Polaris (ou ela não é daqui), livro adolescente que será publicado pela editora Flyve ainda no primeiro semestre de 2024, também possui contos publicados na Amazon e na antologia da Ópera Editorial. Giu roteirizou e dirigiu seis curta-metragens, sendo o seu principal foco as questões da infância e juventude, além disso possui outros projetos em desenvolvimento na produtora que é sócia-fundadora, a Bitola Cultural.

 

 

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A cobertura do 27º Mostra de Cinema de Tiradentes faz parte do programa Jovens Críticos que busca desenvolver e dar espaço para novos talentos do pensamento cinematográfico brasileiro.

Agradecemos a toda a equipe Universo produção e a ATTI Comunicação e Ideias por todo o apoio na cobertura do evento.

Equipe Jovens Críticos Mnemocine: 

Coordenação e Idealização: Flávio Brito

Produção e Edição: Bruno Dias

Edição: Davi Krasilchik, Luca Scupino, Fernando Oikawa e Gabriela Saragosa

Edição Adjunta e Assistente de Produção: Davi Krasilchik e Rayane Lima