Cinema: Artigos e Críticas
Críticas de filmes, crônicas, artigos diversos sobre o mundo do cinema.
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Publicado em Domingo, 10 Maio 2009 00:38
Berlim dos anos 20, onde estão presentes as metrópoles movimentadas, a velocidade, a máquina, os arranha-céus opressivos, a patologia mental e social do homem aniquilado sob tudo isso, O Último Homem (Der Letzt Mann, Alemanha, 1924) está simbolicamente referenciado em valores que não são tão novos para a cultura germânica. Isto o diferencia de outros filmes do mesmo período, como Metropolis, O Gabinete do Dr. Caligari, Berlim - Sinfonia de uma Cidade e Dr. Mabuse. Por outro lado, também não chega a tocar raízes ancestrais como o fazem Os Nibelungos e Fausto.
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Publicado em Sábado, 09 Maio 2009 23:39
Em 31 de agosto de 1997, um trágico acidente de carro em Paris causou a morte de Diana, a Princesa de Gales e de seu namorado, o produtor egípcio Dodi al Fayed.
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Publicado em Sábado, 09 Maio 2009 23:08
Por Silvia Cobelo
Dia ensolarado, parecia inócuo. Quando ouço a notícia, aparece crua, auto – explicável; ele tinha oitenta anos, algum dia teria que morrer e coisas do gênero.
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Publicado em Sexta, 08 Maio 2009 13:39
UMA SAGA CRIMINAL NO OESTE AMERICANO
por Carlos Augusto Brandão
No Country for Old Men, dos irmãos Joel e Ethan Coen é baseado no livro homônimo de Cormac McCarthy e o título é tirado de um poema do irlandês W. B. Yeats, que começa com a frase “That is no country for old men”.
Os cineastas irmãos se permitiram algumas liberdades na adaptação do livro para as telas – até para poder atender a interesses dos produtores relacionados com a duração do filme – mas mantiveram as intenções essenciais do autor e a integridade dos seus personagens. O filme foi selecionado como peça de resistência da 45ª edição do Festival de Nova York. A designação de um título de destaque já é uma tradição do evento, conhecido pela seleta programação que procura reunir o que de melhor aconteceu durante o ano no cinema.
A história se passa no seco e rude oeste do Texas, mas é filmada no Novo México e brilhantemente fotografada por Roger Deakins, em cores que lembram os tons do trigo, com diversas seqüências surpreendentes. O filme já começa de forma arrebatadora. Anton Chigurh – vivido por Javier Bardem – é suspeito de um crime e está sendo levado preso. Repentinamente ele estrangula, com suas algemas, o policial que o está prendendo. Logo depois, mata um motorista usando uma arma de tocar boi, rouba seu carro e consegue fugir.
Enquanto isso, um caçador Llewelyn Moss (Josh Brolin) encontra cinco caminhões com diversos cadáveres cobertos de tiros, um enorme carregamento de drogas e dois milhões de dólares guardados numa mala. As figuras centrais dessa trama sinistra são juntadas por Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones) que é o xerife local. Quando ele encontra Moss, Chigurh já havia se antecipado e conseguido acionar um dispositivo existente na valise de dinheiro. Moss, sem suspeitar de nada, havia escondido a maleta num sistema de aquecimento de um motel local.
A ação mantém o foco nos três homens, brincando de gato e rato, em cenas que remetem às mais aterradoras seqüências de suspense de Hitchcock, principalmente naquelas em que Chigurh segue Moss até o hotel e fica quietamente o espreitando na porta. Um outro personagem, vivido por Woody Harrelson – e aparentemente dono real do dinheiro – comete o erro de se colocar entre Moss e o perigoso assassino disposto a tudo.
Para Chigurh, a morte é uma coisa banal, que pode acontecer em todo momento, fazendo com que qualquer um que cruze o seu caminho seja passível de violência, a ponto de decidir o destino de alguém jogando uma moeda para cima. A depender do lado em que ela cair, ele poderá libertar sua vítima ou matá-la.
Bardem tem um excelente desempenho e criou um dos vilões mais originais e memoráveis dos anos recentes. Mas todo o elenco está ótimo, contribuindo para o desenvolvimento da história que mostra, de forma perturbadora, como o comércio de drogas pode levar à desintegração moral da sociedade.
Os Coen, por sua vez, parecem ter concentrado em No Country for Old Men, toda a sua experiência no gênero do crime, a começar pelo primeiro filme Gosto de Sangue (Bloody Simple), que eles realizaram em 1984, sem deixar de lembrar outros sucessos da dupla como Ajuste Final (Miller’s Crossing) e Fargo.
Este novo trabalho dos irmãos cineastas, além de reunir elementos de suas obras anteriores, mais uma vez disseca, com humor negro e refinado, a violência da cultura americana, resultando num thriller de tirar o fôlego e com potencial de muito sucesso junto à crítica e ao público.